H.A.: Desenvolvo a minha atividade no Centro de Recuperação e
Integração de Abrantes (C.R.I.A), situado na zona industrial de Alferrarede.
Quais são os principais
objetivos do C.R.I.A?
H.A.: Promover o bem estar à população existente. O bem
estar social, físico e psicológico. Promover uma melhor qualidade de vida.
Que tipo de iniciativas leva a
cabo essa instituição?
H.A.: O centro de recuperação, tem 3 áreas e dessas áreas
surgem novas sub-áreas. As mais importantes são a área educacional, que tem
crianças entre os 8 e os 19 anos e se divide em mais 2 áreas, a formação
profissional e as atividades ocupacionais, chamadas de CAO ( centro de
atividades ocupacionais ). Estas duas áreas são importantes, porque as
crianças, quando chegam aos 19 anos, precisam de ser integradas, e têm de ser
integradas numa área de formação profissional. Neste ramo temos também diversas
áreas, a cozinha, a pastelaria, a horta, a parte dos metais, a carpintaria,
etc... A parte das atividades ocupacionais é para crianças que não têm
capacidade para frequentar uma formação profissional ou que são menos autónomas
e ficam num centro onde irão ter diversas áreas, mas não vai derivar daí uma
atividade profissional, mas sim a ocupação dos seus tempos livres. O C.R.I.A,
desenvolveu também outros projetos como a intervenção precoce, o RSI (
rendimento social de inserção ), para ajudar as famílias mais necessitadas e
que necessitam de apoio... Isto tudo de uma forma geral.
Há quanto tempo está envolvido
em ações de solidariedade?
H.A.: Eu exerço funções no C.R.I.A, pertenço ao
ministério da educação, estou destacado na área educacional e trabalho, como já
disse, com crianças entre os 8 e os 19 anos. O grupo, é um grupo pequeno, de 5
alunos por professor e já lá estou há 6 anos...
Quais as razões que o levaram a
envoler-se em ações de solidariedade?
H.A.: Eu acho que é sempre uma mais valia
trabalhar com pessoas que precisam muito de nós e é uma forma de fazer algo por
alguém que não o consegue fazer sozinho.
Na sua opinião, o que é ser
solidário?
H.A.: É ajudar o mais próximo e, neste caso, ajudar quem não tem
possibilidade de se ajudar a si próprio.
Qual a importância de ser
solidaŕio?
H.A.: Todos nós vamos precisar de alguém um dia e quanto mais pessoas nós ajudarmos, será
melhor para mais tarde, também sermos recompensados, nem que seja paz de
espírito...
Como se sente ao ajudar os
outros?
H.A.: Eu acho que qualquer pessoa se sente bem ao ajudar outra, aí está o
ser solidário para alguém, no sentido de que ao ajudarmos, sentimo-nos bem
connosco próprios.
Como se sente ao receber um
sorriso de alguém que ajudou?
H.A.: É ótimo! É sempre muito bom e muito
gratificante sentir o “feedback” da pessoa que nós ajudámos. Principalmente com as crianças com
quem eu trabalho, que são crianças que precisam de muita motivação e quando nós
vemos que há fruto do nosso trabalho é realmente muito gratificante!
Tem alguma história que o tenha
tocado especialmente e nos queira contar?
H.A.: Na nossa atividade tentamos que
as crianças tenham o máximo de vivências possíveis e uma história que acontece
quase todos os anos é quando as levamos para a praia. Há várias crianças que
por diversas razões não podem ir à praia e participar em atividades com a
família e é muito bom quando eles vêem o mar e brincam na areia...
Alguma vez, alguém que ajudou
lhe retribuiu com algum gesto em particular?
H.A.: Muitas vezes... Um abraço e um
sorriso da parte destas crianças, quando estamos em atividades com eles, esse
simples olhar é tudo!
O que diria a alguém que recusa
ser solidário?
H.A.: Todos nós precisamos de alguém e as pessoas que recusam ser
solidárias, posso dizer que não as compreendo... Mas sinceramente, nem sei o
que diria a uma pessoa assim.
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